Crítica: Recomeço

Vamos começar mais uma crítica? Hoje tenho um livro muito incrível para criticar, receio até não estar a altura de tal história. Irei falar de Recomeço, uma história que me tocou imensamente.

Entrando na página inicial, eu já me senti surpresa pela sinopse, isso é realmente um ponto muito bom. Ela é atrativa e bem diferente. Gostei da escolha das palavras e com certeza ela chama atenção para o assunto da obra. É até um pouco chocante, em si, o que bate bem com a proposta que a autora quis passar. Muito bem efetuada. 

A classificação e o gênero estão bem acentadas com a história, bom talvez em tese. Por se colocar num assunto muita das vezes pesado para alguns, posso até disser que seria bom aumentar um pouco a classificação, pois além de tratar de assuntos como: depressão, suicídio (como o caso da mãe da personagem principal, que pode se considerar um suicídio sim) e uma doença forte e cheia de tabus, talvez a classificação deva ser aumentada, não por causa da narrativa que é bem leve até, mas pelos assuntos que ela trata. Mas essa discussão é mais de opinião que outra coisa até. 

A escrita como já até falei é bem leve, a autora aprofunda em alguns momentos mas não senti desconforto. Algo que realmente pensei que sentiria, ou algum sentimento que me deixa-se incomodada num mal sentido. Ela é bem fluída e me deixa com curiosidade, trata a AIDS com seriedade e muito bem a retrata. Os sentimentos são bem reais e muito bem feitos. Mesmo com a profundidade da narrativa, ela nunca deixa de te cativar ou te deixar desanimado com a vida ou algo do tipo. A personagem e narradora é bem para frente e faz com que as pessoas que a leem sintam-se muito motivadas com seus próprios conflitos.

O enredo é bem construído e muito cativante. Não vou aqui entrar no assunto: nível de clichê, porque acredito que toda a história sem exceção é clichê, então não acredito que isso faz com que uma obra seja desmerecida. Por se tratar de assuntos pesados, acho que ela foi tratada e desenvolvida com a seriedade e carisma necessários. Devo dizer que foi muito fiel e que senti muita pesquisa sobre a doença na história. Não achei em momento algum que ela somente chutou informações e compreendi que ouve muito estudo em relação a tudo em volta do HIV e muita veracidade nos personagens e suas ações. O que só fez com que a história se torna-se mais cativante, devo dizer por fim, que aprendi muito sobre a doença em questão com a narrativa. Estou imensamente feliz por ter lido Recomeço. 

É notável então que a autora teve muita criatividade e trabalho com todos os pontos em que se propôs á tratar. Os personagens, a narrativa, a história e o desenvolvimento, fez com que se torna-se uma das histórias mais tocantes para mim. Muito bem tratada e bem cuidada para que o assunto não fosse formado de forma chula. Realmente trouxe e quebrou muitos tabus me ensinando muito sobre como as pessoas que tem essa doença vivem e me educando a ter cuidado e aprender com os erros dos outros. Algo que realmente me tocou. Todos aprendemos sobre HIV na escola, mas eu acho que se todas as pessoas lessem essa história, aprenderiam e entenderiam muito mais sobre AIDS. 

Os erros de português são bem pontuais, aparecendo de vez em quando mas nada que realmente me incomoda-se. Na verdade, acredito que sejam somente um deslise na hora da revisão algo que pode se consertar somente com uma lida mais cautelosa da história, como sou realmente atenta a isso, então simplesmente notei. Entretanto, notei também o mau uso do dois pontos (:), acredito que deve ter sido mais por falta dessa informação do que um erro, sugiro que pesquise um pouco sobre o uso dele, assim esse erro não se repetirá tão cedo. 

Devo, por fim, apontar um contra, não muito cabuloso, mas que deve ser anunciado na conclusão da história. Primeiramente, não acredito que o epílogo deve ser chamado por tal. Ele é a conclusão da história, não um capítulo a mais. Os epílogos podem sim, serem o fechamento da história, mas acredito que aquele capítulo em questão está mais para um capítulo comum ou capítulo final e não vejo realmente significado de chama-lo de epílogo (eu sei sou realmente muito cri-cri e crítica). 

Além disso, tenho algo a acrescentar. Senti-me um pouco decepcionada com o final, acredito que depois daqueles capítulos em que a Melanie fala sobre a gravação do comercial, achei a narração um pouco fria quando ela termina tudo. Creio que talvez, deveria ter tido mais emoção na narração, algo que emociona-se mais. Ficou um pouco frio o jeito em que ela narrou, parecia que, depois dela ter sofrido tanto para encarar aquela câmera, ela não sentiu nada ao terminar. Acho que deveria ter um pouco mais de detalhes na cena. Senti falta disso, muita. 

Recomeço é o tipo de história que te faz chorar, pensar, mudar. Que te faz ficar dias parados olhando para o teto pensando em como sua vida é fácil, que faz com que se sinta, ao mesmo tempo, motivado a sair da cama e ir conversar com seus amigos. Sorrir mais, ajudar mais, participar do PCA (projeto criança e AIDS). É uma chuva de pensamentos, uma chuva de emoções. Um livro que ensina e cativa. Que encanta e incomoda. Uma obra incrível que todos deveriam ler, tem erros: tem. Tem clichês: tem. Tem romance: tem. Tem acertos: milhões! Um livro que emociona e que me fez chorar confesso. Uma história incrível! Coerente, inteligente, cativante e educativa. Eu diria que é uma leitura obrigatória para quem gosta de um bom livro. 

Link da história: Recomeço

Autora: Kathe Everdeen. 

Crítica feita por: Maissa Meireles.