Obra: Meu presente
Primeiramente, MIL PERDÕES pela demora! Muita coisa aconteceu
pra eu acabar atrasando as análises, e não quero usar elas de muleta, mas vou explicá-las
pra vocês estarem situados, ok?
Estou com covid-19. Há pelo menos dois meses. Só descobri um
tempinho atrás, quando outros sintomas começaram a aparecer e me atrapalharam
no trabalho. Pedi demissão porque, né, sem condições.
Então, corona, demissão, várias fanfics em andamento (além do
Desafio Drabble 2020 no Nyah), e minhas leituras (de site e de livros físicos)
sendo atualizadas. Eu sou muito lerda, peço desculpas, mas eu leio tudo! Sem mais
delongas, bora pra crítica.
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Sinopse: A sinopse já nos deixa bem curiosos sobre o tamanho das problemáticas dentro da fanfic. O clima de suspense de problemas ainda maiores do que o esperado faz com que o leitor logo queira ler o primeiro capítulo para começar a entender como as coisas irão se desenrolar e qual é o grande problema que os protagonistas enfrentarão. Deixo como sugestão o encurtamento da sinopse e uma diferente formatação para ela. Uma sinopse mais sucinta não tirará o suspense que ela carrega, nos deixando curiosos.
Criatividade: Eu AMEI a coragem da autora em tomar certas decisões sobre certos personagens. Pra quem não sabe, eu não sou naruteira (não que eu não goste, eu apenas nunca assisti o anime), mas eu tenho uma noção do enredo e das histórias de alguns personagens (meu beta reader/marido me ajudou muito a me situar com certos eventos da fanfic, já que ele assistiu toda a história do Naruto), e, mesmo não sendo do fandom, fiquei surpresa com o destino de alguns personagens.
Tomar certas decisões em uma fanfic, (com
personagens que todos conhecem e ou amam ou odeiam), ao invés de uma original, (que
são personagens novos, nossos, e a gente pode ou não ser cruel com eles sem
necessariamente ser detestado por isso) é algo MUITO difícil. Eu me pego
chorando que nem criança quando apronto com minhas personagens originais, mas eu choro muito mais
quando apronto alguma com um personagem canônico porque é assim que a fanfic
precisa andar, então pontos pra Tina Granger pela coragem, porque eu chorei
igual criança no capítulo 5.
Eu gostei muito foi a
forma como ela nos apresentou a interação entre certos personagens. É bacana
ver o desenrolar desses laços conforme os personagens amadurecem e se conhecem,
as interações que eles tem uns com os outros, a forma como passam a se
enxergar. Deixar que outra pessoa nos veja em nossa fragilidade, que nos
conheça como nós realmente somos, requer coragem, e com personagens fictícios
isso não é diferente.
Ah, outro ponto: a forma
como a autora faz com que a gente rapidamente se apegue aos personagens, canônicos
e originais. A fanfic é conduzida com muitos diálogos e muita ação, e, para muita
gente, (incluindo eu) isso facilita na hora de se conectar com os personagens. Mal
havia chegado na metade da fanfic e já estava pronta pra meter a porrada em
qualquer um que ousasse fazer mal aos nossos queridos personagens, e isso é
muito importante dentro da narrativa (dependendo da história que você quer
contar, claro) se você quer conquistar a fidelidade dos leitores. Se a intenção
da autora era fazer com que nos importássemos com todos, mesmo os que são mais
carrancudos e difíceis de amar, parabéns, porque ela conseguiu.
Escrita: A fanfic precisa adequar sua formatação, como uso de travessões, alguns pontos finais onde são necessários, etc, coisas que a gente deixa passar quando escreve de forma empolgada, uma coisa que eu notei da parte da autora (e isso é muito bacana, escrever com empolgação, com um capítulo fluído, deixando todas as suas ideias tomarem forma). Às vezes, mesmo revisando mais de uma vez, a gente deixa algumas coisas escaparem, normal. Acredito que uma ou duas revisões com o auxílio de um beta reader podem sanar isso rapidinho.
Em alguns momentos eu tive a impressão de que estava faltando alguma palavra dentro das frases, conectivos pra dar sentido completo ou substantivos que dessem sentido as frases. Novamente, um leitor beta pode ajudar muito nisso.
Gênero
e Classificação: Drama? Confere. +16? Confere. Não há nada
muuuuuito explícito nessa fanfic, mas há violência (obviamente, estamos falando
de Naruto, afinal), que não chega a ser gore, então a classificação está okay,
e uma nudez vez ou outra, mas sugestiva, não explícita (que eu me lembre). Sobre
os avisos, a autora marcou ‘‘spoilers’’, e tá certíssima, se preparem.
Enredo: E
agora adentramos um campo minado... Sendo bem honesta, falar do enredo sem dar
spoilers da fanfic vai ser difícil,
mas vou tentar.
A autora nos apresenta o que eu considero ser um universo alternativo. Temos uma versão nova (mas, ironicamente, familiar) de Naruto Uzumaki, que eu interpretei que seria o jeito que o Naruto ainda seria caso a clássica determinação e energia dele nunca tivessem se dissipado. Alguns podem encarar isso como: como o Naruto seria se a vida adulta não tivesse o sufocado e ele tivesse verdadeiramente se sentido satisfeito ao alcançar todos os seus objetivos. Eu particularmente amei isso e acredito que boa parte dos fãs sente muita falta desse Naruto (meu marido/beta reader sendo um deles), mas alguns fãs podem encarar isso como algo quase utópico, já que Boruto nos deu um Naruto arrasado pela realidade.
Foi particularmente reconfortante ver que, mesmo sendo
arrasado por uma realidade muito mais
cruel que o canônico (olha aí um spoiler-não spoiler! pra entender, tem que
ler a fic!), ele ainda mantem a cabeça erguida porque sabe que se ele se deixar
tomar pela dor, será paralisado, e há muitas pessoas com as quais ele se
importa. Naruto precisa continuar e assim ele faz!
Contras: (isso é um contra totalmente pessoal, okay?) A quantidade de palavrões que o Naruto fala. Não posso falar da quantidade que a três irmãs falam porque, pelo que sei, são personagens originais, mas ver o Naruto falando tantos palavrões me deixou meio sei lá.
Outras coisas que me incomodaram (porque não é legal e eu realmente acredito que a autora deva rever isso), são as ‘‘piadas’’ com ‘‘viado’’ e ‘‘retardado’’, principalmente sendo usadas para xingar outros personagens. Eu poderia discorrer um texto inteiro sobre como isso é errado, mas vou considerar que o ano era 2008 e ninguém nasce sábio e desconstruído. A gente sempre pode aprender e reparar coisas que não fazem sentido.
Conforme eu já mencionei, os erros de formatação,
pontuação, entre outros, que podem afastar alguns leitores. Houve momentos
em que senti que alguma coisa foi apagada sem querer de parte do texto, como se
o conteúdo não tivesse sido colocado por inteiro. Erro durante o copiar e colar
para o site, talvez? Vale a pena verificar. Esses erros de escrita não atrapalham
na imersão da fanfic, então não se preocupem com isso, mas para a autora é
sempre bom revisar, considerando que a fanfic tem sólidos doze anos.
Conclusão: Mesmo com alguns probleminhas de formatação, pontuação e talvez uns errinhos de português, que podem irritar os mais exigentes, com algumas problemáticas em torno de palavras sendo usadas como ofensa, a fanfic vale muito a pena pela forma como a autora nos apresenta sua visão sobre os personagens e os novos conflitos que eles precisam resolver.
É possível entender mesmo sem ser naruteiro (sou a prova disso, umas pesquisas ali e acolá e conversar com quem conhece o enredo bastam). Pra mim, particularmente, o melhor foi não ver a versão canônica do Naruto adulto aqui: acabado, deprimido, praticamente sem propósito depois de conquistar tudo o que ele queria. É uma visão mais ‘‘pé no chão’’, mas não deixa de ser cruel, e foi um alívio ver que a fanfic tomou outro rumo. O mais importante é a jornada, não o objetivo, e, a meu ver, o Naruto canônico esfregou isso nas nossas caras da forma mais dolorosa possível.
Acredito que a fanfic deva passar por uma extensa
revisão (até porque – e digo por experiência própria – quando revisitamos fanfics
antigas, acabamos adicionando mais conteúdo, melhorando cenas e desenvolvimento
de personagens, o que é ótimo) com o auxílio de um ou dois beta readers, considerando o tamanho da história, e sugiro também
uma nova roupagem na sinopse, pois ela está bem grande. A aqueles que estão
curiosos demais para esperar por uma revisão, eu digo: preparem os lencinhos e
o coração e leiam a fanfic! Não irão se decepcionar! <3
Autor: Tina
Granger
Sinopse: Quando, nos anos 90, um rapaz vê seu recorde ameaçado por um inimigo, uma chance surge para novos desafios, que vão muito além do joystick. Press start to continue…
Criatividade: Eu nunca tinha lido uma drabble yaoi com temática de jogos, então MIL PONTOS PARA GRIFINÓRIA, digo, pontos pela criatividade! É maravilhoso ler conteúdo LGBT que não seja recheado de tragédia e tristeza, porque, né, ninguém merece isso. Representatividade gay e gamer com final feliz que sugere que muito mais está por vir, vemos aqui nessa drabble!
Escrita: Simples de forma que a leitura é tranquila e gostosa, e o uso de linguagem coloquial fica perfeito para a proposta da fanfic. Não notei erros de escrita nem nada do tipo, o que provavelmente se deve ao fato de ser uma drabble, que, por ter capítulos curtos, é mais fácil de conferir e corrigir quando se tem algum erro.
Gênero e Classificação: Classificado como: Comédia, Romance, Yaoi, Lime, Amizade. Quando vi a classificação +18, fiquei bastante curiosa sobre como e onde essa classificação se encaixaria nessa drabble, porque, bem, é uma drabble. Escrever drabbles dá trabalho (e há quem diga que é mais fácil porque tem menos conteúdo para escrever, haha, ledo engano), mas, acreditem, a classificação não está aí a toa.
Enredo: Logo no primeiro capítulo já deu pra sentir a treta que viria em seguida. Quando fui para o segundo, tive certeza de que o negócio ficaria sério. Daí chegou no terceiro e me surpreendeu, porque o que eu achava que aconteceria, o rumo que eu presumi que iria tomar primeiro, não aconteceu, e eu amo quando uma fanfic ou original se desenrola contra as nossas expectativas da maneira certa, e, colega, foi justo o que aconteceu aqui. Não vou mentir, eu gritei internamente no capítulo sete com aquela última fala, até suei, haha. O último capítulo tomou outro rumo inesperado pra mim, mas, porém, todavia, inesperado não significa ruim, especialmente nessa drabble! É muito divertido ler uma história onde há competitividade masculina de uma forma não-agressiva e não-tóxica. O enredo é simples, mas bem feito, e eu confesso que gostaria de ler uma continuação da história do protagonista...
Contras: Creio que como contras só posso pontuar duas coisinhas: a sinopse, que não nos diz muito sobre quem é o nosso protagonista e que espécie de inimigo seria esse (mesmo que esteja subentendido que eles não são inimigos de verdade) e o rápido desenrolar do envolvimento dos dois. Sim, não foi nada a sério, sim, a fanfic é drabble, e com poucos capítulos, e acredito que um dos propósitos de uma drabble seja deixar os leitores mortos de curiosidade, o que o autor conseguiu fazer muito bem, mas acredito que uns dois capítulos a mais para mostrar a interação dos personagens além do ambiente do fliperama teria sido bastante interessante, também, para descobrirmos mais sobre as pessoas que eles são.
Conclusão: Drabble curta, porém, maravilhosa e divertida. Representação gay e gamer sem os costumeiros dramas que vemos na mídia mainstream, o que deixa essa história ainda mais gostosa de ler.
Autor:
The Nightmare